Policiais presos no Sul do ES são suspeitos de extorsão, diz MP

Os policiais militares que foram presos nesta quarta-feira (30), nos municípios de Alegre, Ibatiba e Iúna, no Sul do Espírito Santo, são suspeitos de crimes de extorsão segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MPES). O comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar de Ibatiba, nove policiais militares e um policial da reserva foram presos em operação conjunta realizada pela Polícia Civil e pelo MPES nesta quarta-feira (30). O MPES e a Secretaria de Segurança Pública divulgaram mais detalhes da operação nesta quinta-feira (1º), em Vitória. De acordo com o procurador-geral de Justiça, Fernando Zardini, havia envolvimento de policiais com um empresário nas práticas de extorsão.

"Há fortes indícios de que a prática de extorsão acontecia naquela região. Pessoas que negociam o café e tinham dívidas com o empresário forçavam essas pessoas a entregarem os bens, fazendo ameaças", diz Zardini. Segundo o MPES, o empresário e o Comandante da Polícia Militar comandavam o esquema de extorsão.
Segundo o procurador, ainda não é possível precisar o tempo de atuação da quadrilha e a quantia movimentada. "Não dá pra saber o quanto eles ganhavam com a prática criminosa. Ainda estamos no início das investigações, por isso ainda não há detalhes de como eles procediam", afirma.
De acordo com o MPES, as investigações sobre o grupo criminoso começou após o assassinato de um traficante da região. O grupo também é suspeito de homicídios, formação de quadrilha e crimes de pistolagem.
Entenda o caso
O comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar de Ibatiba, nove policiais militares e um ex-policial militar foram detidos no Sul do Espírito Santo, na tarde desta quarta-feira (30), durante operação conjunta da polícia, do Grupo Especial de Trabalho Investigativo e do Ministério Público Estadual (MPES). A ação cumpriu uma série de mandados de busca e apreensão, além de mandados de prisão em diversos municípios como Ibatiba, Alegre e Iúna. A investigação, feita pelo Ministério Público Estadual, revelou crimes como pistolagem, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Pilhas de documentos, vários computadores e até um cofre foram apreendidos. Segundo funcionários da Prefeitura de Alegre, os policiais procuravam documentos de empresas contratadas para prestação de serviços de vigilância na cidade. A ação contou com o trabalho de cerca de 150 policiais que percorreram vários pontos da região.